A 4ª fase da “Operação Sinergia” está sendo realizada em Belo Horizonte, Nova Lima, Betim, Contagem e Sarzedo, cidades da Grande BH, além do Rio de Janeiro, nesta terça-feira (7).
O alvo, segundo as investigações, é um grupo econômico com atuação no setor de produção e reciclagem de sucatas e metais, envolvido num esquema estruturado de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. Os prejuízos aos cofres públicos mineiros podem somar R$ 500 milhões.
De acordo com o o Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos de Minas Gerais (CIRA-MG), “a hipótese investigativa criminal é a apuração da prática dos crimes de sonegação fiscal, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, no contexto de uma organização criminosa que se vale de sofisticada estrutura corporativa”.
“O CIRA mineiro busca aprofundar as investigações de pessoas ligadas a um grupo econômico formado por diversas empresas com atividade de produção, comercialização e reciclagem de sucatas e metais, fornecendo ligas de alumínio para empresas de diversos setores, como as indústrias metalúrgica, siderúrgica e automobilística”, explica.
Ao todo, são cumpridos 22 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Juízo da 4ª Vara de Tóxicos, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores de Belo Horizonte. Os alvos são pessoas físicas e jurídicas envolvidas em um esquema estruturado de sonegação fiscal.
“Foram identificadas dezenas de empresas de fachada, que teriam por função emitir notas fiscais falsas (notas frias) para simular operações comerciais e viabilizar a criação de créditos inidôneos de ICMS. Investiga-se, ainda, o uso das notas fiscais falsas para dissimular a aquisição de mercadorias provenientes do mercado clandestino”, destaca a investigação.
Ainda de acordo com o CIRA, são também objeto de investigação inúmeros atos de lavagem de dinheiro praticados por intermédio de outras empresas (holdings) administradas pelos investigados. “Com a finalidade de eximir as empresas dos débitos tributários constituídos em razão de tais ilícitos, o grupo criminoso realizou sucessões corporativas dissimuladas, deixando a descoberto um prejuízo de centenas de milhões de Reais ao Estado de Minas Gerais”, destaca.

Fases anteriores da Operação Sinergia
O setor econômico de metais é estratégico para o Estado de Minas Gerais, movimentando bilhões de Reais e afetando direta ou indiretamente a vida de milhares de mineiros. As três fases anteriores da Operação Sinergia identificaram o envolvimento de agentes que atuam em diversas camadas da cadeia do setor econômico.
“Para além do ilícito percebido pela sociedade em razão do furto e receptação de fios de cobre subtraídos pela ação de indivíduos, as investigações aprofundam a análise de esquemas sofisticados, desde a atuação de intermediários e a criação de empresas de fachada, até o envolvimento de grupos econômicos que promovem fraudes bilionárias”, esclarece.
Através da articulação do CIRA, o Ministério Público de Minas Gerais, a Receita Estadual, as Polícias Civil e Militar e a Advocacia-Geral do Estado, ao longo de quase 16 anos, recuperaram cerca de R$ 17 bilhões de ativos aos cofres públicos.
Da Redação Na Rua News
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